Memorial evocativo do centenário foi oferecido pelo Município de Celorico de Basto e destaca o papel central da coletividade no concelho e no território.
Ontem, 25 de abril, foi dia de celebrar a liberdade e a democracia, conferidas pela revolução de 1974, mas foi também dia de celebrar o aniversário do Sport Clube Fermilense. O clube do concelho de Celorico de Basto localizado na vila de Fermil de Basto, celebrou 100 anos carregado de vitalidade e orgulho pelo caminho trilhado.
As cerimónias, grandiosas, constaram de inúmeros momentos mais e menos formais que visaram enaltecer a data e reforçar o legado do SCF que vibra no coração das gentes de Fermil. E foi durante a cerimónia mais protocolar de homenagens que foi possível perceber o “sentir” do povo fermilense pelo SCF. “O nosso clube, a nossa casa, a nossa Paixão” sublinhou Franklim Moura, presidente do clube, no discurso de abertura. Uma paixão e entusiasmo que se refletiram ao longo de todo o discurso do presidente do SCF, que deu nota da importância do futebol como forma de expressão de liberdade, “o futebol, assim como a liberdade, vive da integração e da expressão. Somos o que sonhamos e concretizamos, somos o que lembramos e preservamos, no Sport clube Fermilense o passado não morre, ele vive connosco. Esta é a nossa casa, construída com esforço, missão e trabalho coletivo, uma casa de todos e para todos”. Franklim Moura agradeceu a todos os que contribuíram para o trajeto trilhado, “homenageamos, com profunda gratidão, todos os que trilharam este caminho, um caminho que queremos que continue suportado pelos valores do respeito, humildade, ambição e amor à camisola”, em jeito de desafio aos mais novos.
O maior legado do clube são as gentes que o compõem, com uma história escrita com esforço, resiliência, e paixão, com um legado que se estende ao longo de gerações, um orgulho para a comunidade de Fermil. A importância da coletividade foi enaltecida pelo Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima que, logo após o descerramento do memorial evocativo, deu conta da coletividade como “principal casa de Fermil. O Fermilense é o símbolo do bairrismo, da paixão pelo futebol, pelo desporto, pela coesão da comunidade. Uma comunidade unida é uma comunidade próspera. Celebra 100 anos em tempo de liberdade e democracia, mas nasceu quando a ditadura impunha a sua demanda, soube manter-se e hoje é uma referência para a comunidade, para o território e acima de tudo para o futebol. Pela forma como atrai atletas, como movimenta as suas gentes, como cria sentido de pertença, como orgulha. As gentes que o compõem e que sempre estiveram ligados ao clube são exemplo de determinação e paixão, homens e mulheres que vestem a camisola e seguem resolutos no cumprimento da sua missão, seja qual for o papel que desempenham no clube e isso é de louvar”.
A par da referência ao clube, o autarca deu conta do muito que tem sido feito em Fermil de Basto, o que se está a fazer e os projetos para o futuro, com destaque para as intervenções na modernização e segurança de infraestruturas. Destacou a obra que está a decorrer na EN210, para melhoria das condições de segurança para peões e automobilistas, os arranjos urbanísticos no centro da vila de Fermil, os trabalhos da variante e outras infraestruturas e equipamentos diretamente relacionados com esta vila do concelho de Celorico de Basto.
Estas cerimónias contaram com a presença massiva dos atletas e adeptos do clube mas também com o Vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Domingos Paciência, recentemente empossado, e que enalteceu a grandeza do clube, “a grandeza da história que aqui celebramos é a do próprio futebol português” e em retrospetiva lembrou o tempo que jogou no Leça da palmeira. Disse também que o que caminho que agora trilha, e todo o elenco federativo “honrará a vossa história. Trabalharemos para unir o futebol, para o tornar mais forte, mais inclusivo, onde todos têm lugar”.
A equipa Sénior do Sport Clube Fermilense joga na I Divisão da Associação de Braga e é o 6º clube da Associação de Futebol de Braga a completar 100 anos de existência. Marco de longevidade enaltecido por Manuel Machado, presidente da AFB, “a vida só faz sentido se nós formos capazes de guardar na memória, aqueles que criaram memórias connosco” e “este é um clube honesto, cumpridor e pioneiro no desporto”.
As homenagens continuaram com a entrega de lembranças aos elementos que compunham a direção de 1975, aos antigos presidentes, aos patrocinadores e entidades que apoiam o clube, aos atletas da equipa de veteranos e da equipa sénior e a todos os atletas, dirigentes, equipas técnicas que, ao longo destes 100 anos passaram pelo clube. Foi ainda entregue um prémio de honra a José Manuel Gonçalves Moura, um dos principais responsáveis por reerguer o clube, com 80 anos de ligação ao clube, apaixonado pelo clube e pela terra. E 5 prémios especiais para António Manuel Carvalho “Famel”, responsável por cuidar dos equipamentos dos atletas, António Carvalho “Chapa” em representação dos marcadores de campo, ao enfermeiro do César, ao massagista, Carlos Lousada e ao Carlos Lélé, diretor que mais anos tem de filiação.
De ressalvar que o memorial evocativo dos 100 anos do SCF foi idealizado e produzido pelo escultor Lopes Cardoso e o artista Salvador Soares. A escultura foi criada por Lopes Cardoso e o emblema por Salvador Soares em mosaico com azulejo. Os símbolos representam o amor pelo futebol e pelo Fermilense.