Aldear
Freguesia do Rego
Igreja e Moinhos de Argontim
Maria Zimbro
com a comunidade local
10:30 – Percurso artístico
Lavoira dos bois
Igreja do Rego > Moinhos de Argontim
12:00 – Oficina de sabores
Quem destila quer comprar
Moinhos de Argontim (alambique)
15:00 – Oficina de saberes e sabores
Farinhinha, farinhela, quem quiser cozer com ela
Moinhos de Argontim (logradouro)
17:00 – Oficina de artes
Põe-te a pau e canta!
Igreja do Rego
18:00 – Criação comunitária
Quem canta seus males espanta
Igreja do Rego
Entrada Gratuita
10:30 – Percurso artístico
Lavoira dos bois
Igreja do Rego > Moinhos de Argontim
Duração: 75 minutos
O diabo não tem cá lugar. Faz-te ao caminho, inspira os sons, os cheiros e as paisagens. Seremos todos moleiros a caminho da mó. Os grãos são os pensamentos, haverá tempo de moer as preocupações e recolher esperanças. O diabo mandámo-lo embora, expiamos o stress e as turbulências, submergindo num “mar verde”. Aqui e ali as surpresas quebram o verde e espalham cores e temperaturas. A caminho dos moinhos, passamos por clareiras que acolhem lembranças antes de chegar ao curso de água que há muito é casa. Aqui todos vinham moer os seus cereais, aqui todos vinham buscar a farinha e havia quem viesse cortar madeira usando a força motriz da água. Aqui o diabo não entra. Com cabazes à cabeça ou sacas às costas, com os alforges cheios, traçamos o caminho tradicional dos bois, em juntas ou a solo para ir buscar o pão e algo mais
que nos alente.
12:00 – Oficina de sabores
Quem destila quer comprar
Moinhos de Argontim aAlambique)
Duração: 50 minutos
Dizem que as palavras que começam por “al” deixaram-nas os árabes por cá. O alambique usava-se para fazer algumas beberagens, não fosse ele do tempo dos alquimistas gregos…, mas não queremos andar tanto para trás na história deste saber-fazer. Na oficina deste lugar, a caldeira é a rainha e o fogo o rei. Entre as passagens deste tempo, queremos juntar as duas sumidades e esperar que o vapor faça o seu caminho, com gansos e serpentinas pelo meio, e, do invisível e inesperado, não surja nem vento nem fermento, mas sim um bom casamento. Quantas contas o destilado tem?
15:00 – Oficina de saberes e sabores
Farinhinha, farinhela, quem quiser cozer com ela
Moinhos de Argontim (logradouro)
Duração: 50 minutos
Não fosse ela feminina, não fosse ela a mais bela.
Da segada à moagem, seja branca ou amarela.
Assim se amassa, assim se peneira,
Assim se dá a volta ao pão da masseira.
Que já o tempo vai grande, e a massa premente,
Que Deus te acrescente, como a água da nascente.
Os tijolos estão vivos, até o forno já (em) chama,
Abençoada cozedura que dê força e não drama!
Já vem são, já vem com alegria,
Chegou o pão nosso, de cada dia.
Provemos juntos o produto da infinita natureza,
Que com sal, água e milho, fez esta sápida beleza.
17:00 – Oficina de artes
Põe-te a pau e canta!
Igreja do Rego
Duração: 60 minutos
Considerado uma arte marcial portuguesa, o jogo do pau, que exige destreza e agilidade no manejo de varapaus, é protagonista dos mais insólitos episódios na freguesia de Rego, dos quais vos vamos pôr a par, se nos quiserem escutar. Nesta oficina pegamos em técnicas e exercícios simples do jogo do pau, que possam ser executados por qualquer idade, para criar uma performance que una os movimentos aos sons associados a esta arte, outrora de defesa, mas que servirá agora para contar façanhas de outros tempos. Não se ponha a pau. Ponha-se em pé e venha jogar!
18:00 – Criação comunitária
Quem canta seus males espanta
Igreja do Rego
Duração: 40 minutos
No adro da igreja, ao fim da tarde, juntam-se as gentes vindas da lavoura. Nas gargantas trazem as canções de outrora, às quais se respondia de uma encosta para a outra, enquanto o corpo vergava às lides do trabalho e só a voz podia sonhar. Cantavam à vez, num ritmo ondulante que levava e trazia a melodia. É aqui onde tudo se coze, o que amassamos nesta viagem. Já moemos a farinha, tirámos o pó das histórias, limpámos os fatos domingueiros e as tradições daquela maré, fomos buscar as canções esquecidas e os passos de dança que já se tinham perdido. Só falta juntar-lhe um pouco de água e, sem deixar repousar, agitamos tudo e todos. Que se afinem as gargantas, que hoje proclamamos a nossa devoção às vozes que cantam, as que enchem os campos de melodias e de ritmos, de cadências impacientes, mas metódicas. Não olheis para o caminho, que a festa fazemo-la aqui.