O Centro Cultural Marcelo Rebelo de Sousa, contou, no dia 30 de novembro, com uma vasta plateia a ouvir atentamente os oradores convidados a participar na palestra sobre a diabetes. Especialistas de diferentes áreas explicaram a importância da alimentação equilibrada, do exercício físico nesta que é considerada a pandemia do Século XXI.
Maria José Marinho, Vereadora da Saúde do Município de Celorico de Basto, disse que esta atividade surge na “sequência da campanha realizada pelo Município sobre a diabetes com o intuito de sensibilizar a população para esta temática. Queremos que as pessoas percebam a importância de alguns comportamentos que contribuem muito positivamente para atenuar a doença ou mesmo evitá-la, no caso da diabetes tipo II. Um trabalho de sensibilização que é feito diariamente pelas enfermeiras da UMS e que reflete o investimento que o Município tem feito na sensibilização e na promoção da saúde. Exemplo disso é também o facto de termos assumido a gestão direta dos nossos refeitórios escolares, estamos a investir numa alimentação de qualidade, que privilegia a introdução de legumes, fruta, alimentos saudáveis, que a curto prazo trarão benefícios a todas as nossas crianças e jovens”.
Esta ação contou com a presença de Diana Fernandes, Nutricionista especialista em nutrição clínica da URAP ACES Tâmega I – Baixo Tâmega que esclareceu que “a alimentação está na base quer da prevenção, quer do tratamento, é necessário fazer uma alimentação com pequenas regras ao longo do dia. Fracionar as refeições, evitar alimentos com açúcar adicionado, optar por alimentos com menos gordura, menos sal, privilegiar os alimentos de origem vegetal, os alimentos integrais e também manter um peso corporal saudável”. Já Luís Azevedo, com mestrado em Exercício físico e Nutricionista, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, acrescentou que o exercício físico “tem um papel essencial na prevenção, e que pode mudar a vida das pessoas. E, mesmo depois da doença surgir mostra-se como capital para controlar a doença acoplado à medicação e, em alguns casos, pode levar a que fiquemos independentes da medicação”.
A ação contou também com Olinda Marques, Médica Endocrinologista, em representação da SPEDM, e Diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga, que fez uma abordagem genérica à doença e disse que é “imprescindível conversar sobre a diabetes, a preparação de qualquer médico para lidar com doentes é muito na ótica da sensibilização. Se o doente não entender o que necessita de fazer por si próprio, sendo um agente ativo, vai ficar sempre um défice no tratamento e os resultados não serão os melhores. É difícil mudar comportamentos, as pessoas estão formatadas ao seu dia a dia, aquilo que fazem habitualmente, e o problema da diabetes é que nem sempre dá sintomas suficientes, para a pessoa sentir a necessidade de mudar”.
O painel foi moderado pelo Coordenador da UCSP DE Celorico de Basto – Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar, Ernesto Martins, que nos disse que a diabetes “é um problema de saúde pública, uma pandemia do século XXI sobretudo pelos problemas que vai acarretar, a diabetes numa fase inicial não dá sintomas, morde pela calada, e mais tarde vai começar a dar problemas muito sérios. Por isso é preciso evitar, evitar que ela apareça sobretudo quando já sabemos que temos um risco aumentado de podermos vir a ter diabetes. Vamos medindo esse risco em função dos nossos antecedentes, se temos uma genética que já aponta para isso, se temos excesso de peso, vida sedentária, todos esses fatores de risco fazem com que sejamos mais proactivos, para prevenir a diabetes. Quando nos é diagnosticada temos que a tratar o melhor possível temos que melhorar a alimentação, melhorar a dieta, fazer exercício físico e no finalmente temos a medicação. Falar é importante, sensibilizar é crucial.”
A ação insere-se na campanha levada a cabo pela UMS, numa parceria entre o Município e a UCC Mãos Amigas e, como nos disse a Coordenadora da Saúde do Município, Helena Martinho, “procura Incidir numa temática, infelizmente recorrente, e que transporta em si muitas dificuldades. Os nossos idosos são os principais utentes da UMS e são diariamente informados pelas nossas enfermeiras dos comportamentos a adquirir para mitigar esta doença. Comportamentos que muitas vezes são negligenciados por fatores culturais e por hábitos difíceis de moldar, mas nos quais incidimos recorrentemente, em educação para a saúde”.