VILL’AROMÁTICA um despertar de saberes e sabores com plantas aromáticas e medicinais

Celorico de Basto viveu a II Festa das Plantas Aromáticas e medicinais, num fim-de-semana intenso, rico na transmissão de saber e valorização de uma riqueza natural que povoa o território e que é comummente desperdiçada por falta de conhecimento. Reconhecer, valorizar e respeitar é o mote desta VILL’AROMÁTICA

Entre caminhadas com a conceituada herbalista Fernando Botelho que explicou ao pormenor e apaixonadamente muitas das características das ervas e flores que foram encontrando pelo meio da natureza, numa tentativa, bem-sucedida, de desvirtuar o conceito de “ervas daninhas” e de clarificar, para as propriedades de cada erva e flor, em tom de exaltação e estupefação para quem atentamente a ouvia. “Vivemos num lugar privilegiado onde a natureza se manifesta com intensidade, e nos oferece tantas possibilidades que tantas vezes nos escapam. Perceber a importância da valorização destas ervas aromáticas e medicinais é valorizar o território, é acrescentar valor à economia, é potenciar a criação de uma ideia de negócio, é ”vender” esta nossa terra, fomentando a atratividade na exaltação deste potencial tão bem enaltecido pela nossa convidada, Fernando Botelho” assegura José Peixoto Lima presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto.

Todo este potencial é mote para a criação de múltiplas opções nesta VILL’AROMÁTICA. A oficina com as flores como condimento permitiram aos presentes saborear, pelo saber da Chef Maria Tavares, que através d’A Recoletora, mostrou às crianças e adultos, as propriedades nutricionais de algumas flores e a forma como podem ser introduzidas na alimentação, imprimindo o gosto pela criação e memorização e conhecimento destas em contexto alimentar. No mercado “Aromas&Sabores” foi possível degustar muitas iguarias feitas com plantas aromáticas, adquirir plantas e produtos derivados, indo da experiência degustativa à memória do leva para casa.

Em tom de inovação a cada edição, foram desenvolvidas as primeiras jornadas para a valorização do território de Celorico de Basto, com um leque de ilustres oradores que mostraram as potencialidades de Celorico de Basto e o que é necessário preservar, melhorar e /ou acrescentar para a sua valorização integral. Para o autarca celoricense, estas jornadas “visam esclarecer também a comunidade para os inúmeros projetos que já estão a ser desenvolvidos no território, como a requalificação e valorização do nosso património natural ribeirinho, com a preservação da fauna e da flora das linhas de água do concelho e a criação de trilhos ecológicos na sua envolvente. Celorico de Basto tem vindo a trabalhar para uma intervenção local multidimensional, de forma a aumentar a qualidade de vida da sua população, a sustentabilidade e a resiliência dos sistemas naturais e construídos, à luz dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Paralelamente estamos a trabalhar na valorização e certificação do concelho como um destino turístico sustentável, com o envolvimento de todos os seus parceiros ativos, alinhado com três pilares fundamentais: preservação ambiental, valorização cultural e desenvolvimento socioeconómico. Todos são importantes e acima de tudo, fundamentais, para atingimos os objetivos e consolidarmos de forma clara a nossa estratégia de desenvolvimento”.

Da escola Profissional Agrícola Eng. Silva Nunes esteve nestas jornadas a professora Lúcia Gonçalves com o tema “trilhos de aromas. Explorando a biodiversidade da EPAESN”. Do Banco Português de Germoplasma Vegetal esteve a engenheira agrónoma Violeta Lopes e o engenheiro agrónomo Carlos Gaspar que abordaram o tema “as plantas aromáticas e medicinais no BPGV “usos e saberes de sempre”. A associação CAMPANOO fez-se representar pelo arqueólogo Luís Pereira que abordou o tema “conhecer, dinamizar e valorizar o território através do associativismo”. Do ERVAS FINAS esteve a arquiteta paisagista Graça Saraiva e a Arquiteta Paisagista Sofia Barrias que falaram sobre “paisagens VIVAS – cada lugar conta”. As jornadas encerraram com a intervenção do engenheiro do Ambiente, Pedro Teiga, da Engenho e Rio que abordou “a requalificação e valorização das linhas de água”. No final das jornadas os presentes tiveram a oportunidade de lançar 100 bombas de plantas aromáticas na paisagem envolvente à ecopista.

A VILL’AROMÁTICA num contexto mais terapêutico contou com um espaço de aromaterapia e outras terapias medicinais, por várias entidades do concelho (Fisomoura, CENIF, Espaço Alfazema), e um espaço de sensibilização ambiental promovida com uma banca pedagógica da Resinorte. Neste contexto, de preservação ambiental foram lançadas bombas de sementes, pela Associação Revolução das Minhocas, junto à estação de Celorico, onde irão crescer múltiplas ervas aromáticas.

Na parte mais criativa foi realizado um workshop da técnica Kokedama com aromáticas, pela entidade Fios Jardins Suspensos. Trata-se de uma técnica milenar japonesa que leva à criação de bola de musgo ((koke=musgo; dama=bola). “Esta técnica permite criar um vaso mais sustentável comparativamente ao vaso tradicional e é um excelente estimulo à criatividade” disse Rui Salgado, da Fios Jardins Suspensos.  A multiplicidadae de oferta levou a que associação celoricense Andorinha Astuta promovesse uma oficina livre de experimentação musical de instrumentos tradicionais e cantigas populares sobre plantas e flores e desenvolveu uma oficina livre de ilustração de postais alusivos ao evento, VILL’AROMÁTICA. Seguindo a perspetiva da criatividade a Associação Teque, desenvolveu uma oficina infantil de desenho e pintura em aguarela.  O “estendal de aromáticas” dos alunos do 3º ciclo do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto esteve presente nesta VILL’AROMÁTICA. E ouve ainda tempo para a caminhada “Trilhos de aromáticas” promovida pela Basto Move.te.

Uma programação atrativa que encheu o mercado Aromas & Sabores, um espaço que contou em permanência com a atuação da dupla “Rosa e Acácio” e o grupo Gaita e Farra_ música tradicional, que deambulou pela vila de Celorico de Basto. Foi também palco para a peça de teatro “Remédio Milagroso” pelo GTC & Convidado,para o grupo de cavaquinhos da Escola Profissional Agrícola Eng Silva Nunes, e ainda para o grupo Quinta do Paço, espetáculos que deixaram o publico em êxtase.  

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